A linguagem utilizada buscava sugerir um diálogo com o repertório cultural popular, criando formas condizentes com o contexto do entorno, inserindo o novo projeto entre as edificações antigas sem agredir a imagem do conjunto e sem afrontar os costumes tradicionais da comunidade. Ainda na entrevista citada, De Carlo coloca que:
“(...) eu não sou um restaurador, não acredito que o restauro exista. Projeto é transformação, por definição. Se tiro as manchas, talvez faça outras manchas ou talvez tire demais as manchas. O resultado é sempre uma transformação. Em todos os edifícios históricos sobre os quais trabalhei pensei sempre que deveria mudar, em um jogo muito sutil, porque devo conservar os seus valores. E os valores são não só estéticos, afinal representam um período da história, o trabalho humano. Os edifícios foram projetados pelos arquitetos, mas depois feitos pelos pedreiros. Desta forma, arquiteto e pedreiros fizeram juntos. É preciso recuperar estes valores que são coletivos, que representam as pessoas. Não é sempre, mas em alguns casos, demolir é perder um pedaço da história. História de verdade, não a que está nos livros, mas a história dos seres humanos, que se reconhecem e falam das coisas. E este é já um processo de participação (...)”
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