terça-feira, 24 de março de 2009

Aliada à crítica a elevada tecnologia, De Carlo em suas obras, procurou ampliar a possibilidade de participação das comunidades nos processos de tomada de decisão sobre a vida coletiva. Sua forma de trabalhar alia a participação do usuário no processo da obra à leitura do contexto urbano onde cada projeto se insere, ou seja, uma arquitetura que se fizesse através de um processo político.

Sobre tal processo político, PIZA (2002) coloca que:

“A participação, para De Carlo, é mais que um processo político: é também a construção de uma estética verdadeira, construída com a redescoberta do gosto verdadeiro das pessoas, em um processo dialógico que pouco a pouco depura os elementos estéticos impostos pela cultura de massa e traz à tona os reais valores da sociedade”

De Carlo, quando estudante, participou dos movimentos antifascistas Unitá Proletária e Voluntá, sendo contemporâneo, nesse período, do arquiteto Giuseppe Pagano que o influenciara na decisão de tornar-se um arquiteto. Pagano foi um dos arquitetos responsáveis pela introdução da arquitetura funcionalista de cunho social na Itália, além de ativista político da resistência.

Em relação ao exercício político do arquiteto, BARONE (2002) coloca que:

“As possibilidades do exercício político profissional através da arquitetura, vislumbradas no funcionalismo de Pagano, e os estudos que realizou sobre as obras de William Morris, em 1946, e Le Corbusier, em 1948, levaram De Carlo a buscar na arquitetura o campo profissional mais adequado para suas realizações”.


Sempre próximo do debate, a fim de aprimorar o seu entendimento sobre as condições da prática arquitetônica, desde o período estudantil, De Carlo juntamente com Ernesto Rogers participou do grupo editorial da revista Casabella Continuitá entre 1954 e 1956. A partir de então, passa a integrar como membro dos CIAM’s e, posteriormente, o Team X.

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