Em 1956, findam-se os CIAM e constituem-se o Team X. Segundo BARONE (2002), “Os jovens arquitetos do Team X entendiam por humanização a possibilidade de incorporar na produção rigorosa e doutrinada da arquitetura funcionalista a questão das inter-relações sociais no espaço construído”. Com isso, o grupo formado passa a questionar a validade de princípios universais estabelecidos pelo Movimento Moderno a partir da compreensão de que o homem se organiza em comunidades, que desenvolve a necessidade de se diferenciar, se identificar com o local que habita, criar vínculos sociais e apreender o espaço a partir de seus próprios valores culturais.
De 1959 a 1962, o grupo pretendeu se afirmar pelas diferenças que caracterizaram os trabalhos de seus membros. Para identificar essas diferenças, o grupo passou a organizar suas reuniões não mais em torno de grandes temas, como nos encontros dos CIAM, mas a partir dos projetos mais relevantes dos membros.
Uma vertente caracterizou-se como continuidade com a crença corbusiana na elaboração de modelos formais arquitetônicos para a resolução dos problemas sociais. Outra desenvolveu critérios próprios para a concepção da forma e foi denominada estruturalista holandesa. A terceira linha se afirmou pela valorização das tradições locais, através do uso de referências formais e do respeito às questões culturais pela arquitetura. (BARONE,2002)
Desde os anos 40, a problemática relacionada ao contexto foi uma questão recorrente em meio aos arquitetos modernos italianos. A preocupação era desenvolver uma reflexão sobre a inserção da arquitetura moderna em meio a um entorno formado por edificações históricas, monumentos, que guardavam a identidade do povo italiano e resquícios de períodos importantes da antiguidade. Tal valor histórico atribuído aos centros históricos em contraposição à crença no Movimento Moderno como solucionador dos problemas urbanos da sociedade do pós-guerra, levaram os arquitetos italianos a um paradoxo entre a tradição e o novo.
[preexistências ambientais]
“de um proyecto funcionalista (...) se pasa a um proyecto formalista”
(MONTANER, 1993)
Ernesto Rogers em 1951 e 1957 foi um dos primeiros arquitetos a procurar uma solução para tal contradição projetando a Torre Velasca.
O projeto, no coração da cidade histórica de Milão, constitui uma obra em que se acentuam os elementos decorativos formais que aludem a um objeto da cidade medieval. Como destaca MONTANER (1993) “Este edificio es la máxima expresión de la reflexión de Rogers sobre las preexistências ambientales, em el intento de sintetizar y expressar, sin mimetismos, el carácter inefable de la ciudad”. O edifício é organizado de maneira que os dois primeiros andares são dedicados às atividades comerciais e exposição; do segundo ao décimo sétimo andar há uma combinação de escritórios e apartamentos; no décimo oitavo encontram-se as instalações e apartamentos de serviço; já do décimo nono ao vigésimo quinto encontram-se apartamentos de luxo.
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